Irajá de Souza Reis, o "Guerreiro"! |
Nascido há 68 anos, Irajá herdou do seu pai, o Sr. Claudio, o comando de um patrimônio cultural riquíssimo: a lendária Feira dos Livros Usados, o sebo mais tradicional de Curitiba.
Foi entre obras raras, carcomidas por traças e num ambiente infestado de ácaros que o grande Irajá se criou. Era comum encontrar o Lelo ali na porta, fumando seu cigarrinho e jogando conversa fora com os amigos e fregueses. Vez ou outra ele ia azarar as cabeleireiras do salão vizinho. Sempre na elegância e com o charme que lhe era peculiare. "Irajazinho das Candongas", como era chamado por mim, pois vivia dando candongas (mimos, pequenos presentes) para as moças que conhecia.
Foi entre obras raras, carcomidas por traças e num ambiente infestado de ácaros que o grande Irajá se criou. Era comum encontrar o Lelo ali na porta, fumando seu cigarrinho e jogando conversa fora com os amigos e fregueses. Vez ou outra ele ia azarar as cabeleireiras do salão vizinho. Sempre na elegância e com o charme que lhe era peculiare. "Irajazinho das Candongas", como era chamado por mim, pois vivia dando candongas (mimos, pequenos presentes) para as moças que conhecia.
Irajá era assim. Fazia amizades com muita facilidade. Vivia rodeado por amigos. Fã incondicional de Noel Rosal, fundou com alguns amigos da Santa Quitéria o "Noel Rosa Futebol e Melodia", uma espécie de "clube da esquina" dos malditos. Boêmios, músicos e jornalistas faziam parte da caterva. Compunham músicas, promoviam shows de MPB, bossa e samba pelos palcos da capital paranaense apenas por diversão, sem lucro algum, só pelo prazer de curtir a vida e promover a boa música.
Adorava convidar os amigos para passar finais de semana e feriados em sua casa de Guaraqueçaba. Um belo recanto bem à beira-mar, às margens do Costão. Uma paisagem incrível que tive o prazer - e o privilégio - de apreciar por diversas ocasiões.
Durante sua juventude, Irajá foi paraquedista do Exército Brasileiro. Serviu no Rio de Janeiro. O boné com a logomarca da Brigada de Infantaria Paraquedista fazia parte da sua indumentária. Após um susto com o coração, foi obrigado a abandonar o cigarro e a bebida. Por um tempo. Após alguns meses, lá estava o Guerreiro pitando um fedorento cachimbo. Dizia ele que fazia menos mal que o cigarro. Depois de muito apelo dos amigos e dos familiares ele abandonou o pito e voltou ao cigarro.
Entre festas e recaídas em seu estado de saúde, problemas de ordem pessoal e com o fechamento da Feira dos Livros Usados, descobre-se o impensável: o nosso grande amigo estava doente. Um pulmão inutilizado pelo consumo excessivo do fumo apontava uma trajetória de sofrimento para o Guerreiro. Durante um periodo ele teve que carregar um tubo de oxigênio para onde quer que fosse. "-Meu cachorrinho!", brincava o danado.
Depois de muito lutar com a falência dos rins, insuficiência cardíava e a drenagem constante de líquidos do único pulmão que lhe restara, Irajá de Souza Reis, livreiro, nos deixou nesta madrugada do dia 07/02/2012 aos 68 anos. O Guerreiro não conseguiu vencer a batalha conta a sua enfermidade. Mas sai vitorioso da vida, como um grande homem e agregador de amigos.
Depois de muito lutar com a falência dos rins, insuficiência cardíava e a drenagem constante de líquidos do único pulmão que lhe restara, Irajá de Souza Reis, livreiro, nos deixou nesta madrugada do dia 07/02/2012 aos 68 anos. O Guerreiro não conseguiu vencer a batalha conta a sua enfermidade. Mas sai vitorioso da vida, como um grande homem e agregador de amigos.
"Guerreiro alado vai cumprir sua missão/Num salto audaz/...
No entrechoque das razões sempre será/O eterno Herói
Que o avanço na luta ninguém deterá.
Hurra! Hurra!"
(Trecho da "Canção do Paraquedista" - General Paraquedista Newton Lisboa Lemos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário