terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Cornabis

O amor verdadeiro seria lindo se existisse em todas as instâncias. Você pode amar o seu time, seus filhos, o seu animal de estimação, seus bens materiais… É um apego que dura para sempre, não é mesmo? Pena que não ocorra entre os casais. Duvida? Quantos casamentos são desfeitos diariamente? Quantas promessas de “até que a morte nos separe” são quebradas constantemente?
Manter um relacionamento amoroso é complicado. A única “vantagem” é o sexo. Escrevo vantagem entre aspas, pois não é um ato barato. Sexo com a namorada, noiva ou esposa custa caro. Vão desde os presentinhos para comemorar as datas mais estúpidas (“ei, ‘mor, amanhã faz uma semana que nós começamos a namorar, o que você vai me dar de presente?”), passando pelos jantares, viagens, motéis caros, filhos e culminando nos enfadonhos almoços de domingo na casa dos pais dela. É onde você banca a carne do churrasco, o carvão, as bebidas e a cachaça favorita do sogro que o corno do seu cunhado acaba bebendo sozinho.
Mas há namoros em que você se diverte, curte mesmo. A cumplicidade, o carinho e a paixão são fáceis, pois não há sogros, cunhados ou filhos para lhe encher o saco.
Tive uma namorada assim. Gente finíssima, minha grande amiga até hoje. Papo supercabeça, filosofia pura, histórias de montão e boa de cama.
Certa vez estávamos deitados lembrando de alguns amigos (bichos-grilo) que tínhamos em comum. Nesse clima nostálgico dos tempos do “fumacê” fui surpreendido por uma pergunta da gata:
- Você tem um baseadinho aí?
Pêgo de surpresa, fiquei sem reação por um instante. Na verdade eu tinha meia ponta guardada não sei onde, long time ago, “presença” de um chapa meu. Eu mesmo não fumava há milênios e, convenhamos, o momento pedia mais chupação do que chapação…
- Putz, eu tenho mas não vou procurar agora, disse para ela. – Sei lá onde enfiei aquela merda.
Com uma voz rouca e sensual ela sussurou no meu ouvido:
- Pois eu fico bem sacana quando fumo unzinho…
Movido pela “curiosidade”, pulei prontamente da cama e fui atrás da minha caixinha de isqueiro Zippo (imitação, made in China), “mocada” em cima do guarda-roupas, embaixo de uma pilha de papéis. Tirei o pó acumulado do pequeno “sarcófago”, onde repousava aquela bagana mumificada, completamente mofada por tanto tempo de sepulcro.
Voltei vitorioso, com aquele “estopim do amor” na mão já aceso e ofereci para minha fogosa amante. Ela recostou-se nos travesseiros, tragando o fuminho com aquela cara de safada, só aumentando a minha libido.
Tal qual um Berlusconi no cio, nem quis fumar – nem um tapinha, com receio de prejudicar a minha “performance”. Se o sexo “de cara” já era bom, imagine como seria com ela bem mais “sacana”?
Foi aí que a moça terminou de fumar, deu um baita bocejo e me disse “boa noite”. Virou a bunda para o meu lado e apagou, totalmente chapada.
Bem, ela cumpriu a promessa. Vá ser sacana assim na puta que pariu!!!

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